Uma
das danças mais tradicionais das festas juninas e da cultura
brasileira, a quadrilha teve sua origem numa dança das áreas rurais da
Inglaterra dos séculos XIII e XIV chamada "country dance". Durante a
Guerra dos Cem Anos, entre a Inglaterra e a França, houve também uma
transferência cultural entre esses países. Com isso, a França adotou
essa dança, o "country dance" virou "contredance" e levou-a para os
palácios, tornando-se uma dança presente em todas as festividades da
nobreza não só na França, mas em toda a Europa, a partir do século
XVIII. Daí, passou a mais conhecida por "quadrille", porque era dançada
por dois pares (quatro dançantes) ou quatro pares de pessoas.
A
quadrilha foi introduzida no Brasil, mais precisamente no Rio de
Janeiro, possivelmente em 1820, por membros da elite imperial. Durante o
Império, a quadrilha era a dança preferida para abrir os bailes da
Corte.
Da mesma forma como viria a acontecer com o samba - de início um ritmo restrito aos morros e que acabou ganhando as ruas - a quadrilha,
pelo seu ritmo sincopado e suas marcações dançantes, acabou perdendo o
formalismo dos salões e virou uma mania popular que atingiu todos os
recantos do país (especialmente nas festas juninas). Aos poucos, foi
ganhando um tempero brasileiro, com o povo assimilando a sua coreografia
aristocrática: dando-lhe novas características e nomes regionais,
alterando as evoluções básicas e introduzindo a sanfona, o triângulo e a
zabumba.
No
sertão do Nordeste encontrou um colorido especial, associando-se à
música, aos fogos de artifícios e à comida da Região. Como as
coreografias eram indicadas em francês, o povo repetindo certas palavras
ou frases levou também à folclorização das marcações aportuguesadas do
francês, o que deu origem ao matutês, mistura do linguajar matuto com o
francês, que caracteriza a maioria dos passos da quadrilha
junina. A criatividade popular encarregou-se de acrescentar novos passos
como Olha a chuva! É mentira, A Ponte quebrou, Nova ponte, Caminho da
roça e também outros figurantes como os do casamento matuto: o noivo e a
noiva, o padre, o pai da noiva, o sacristão, o juiz e o delegado.
O
casamento matuto, hoje associado à quadrilha é a representação onde os
jovens debocham com malícia da instituição do casamento, da severidade
dos pais, do sexo pré-nupcial e suas conseqüências, do machismo. O
enredo é quase sempre o mesmo com poucas variantes: a noiva fica grávida
antes do casamento e os pais obrigam o noiva a casar. Este se recusa,
sendo necessário a intervenção da polícia. O casamento é realizado com o
padre e o juiz, sob as garantias do delegado e até de soldados. A
quadrilha é o baile em comemoração ao casamento. O enredo é desenvolvido
em linguagem alegórica, satirizando a situação com humor e carregando
no sotaque do interior.
Veja sugestão para a evolução da Quadrilha, caso você vá participar de alguma, no sítio "FESTA JUNINA"!
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