"Embora as escolas rurais brasileiras concentrem apenas 15% do total de matrículas isso não pode ser desprezado. No campo, há problemas graves na formação de professores, na infra-estrutura, no transporte dos alunos, que ainda é precário em muitas regiões, e mesmo na falta de um material didático que reflita as especificidades de aprendizagem dos estudantes rurais", avalia o diretor de Educação para Diversidade e Cidadania do MEC, Armênio Schimidt.
Segundo dados da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD/MEC), apenas 24% dos professores das séries iniciais do Ensino Fundamental que dão aula em zonas rurais no país têm curso superior. Eles chegam a ganhar até 60% menos que os docentes da zona urbana. Dos analfabetos brasileiros, que somam 9,6 milhões de pessoas entre 15 e 60 anos, 40% estão no campo, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2007. "Na zona rural, os estudantes têm menos acompanhamento da família e menos oportunidades de acesso à cultura e à leitura, tanto na sala de aula, com o professor que tem formação precária, quanto em casa", avalia o diretor do MEC.
Quando se analisa a infra-estrutura, as escolas rurais também ficam para trás. De acordo com o Panorama da Educação do Campo publicado pelo MEC em 2007, apenas 6,1% das escolas rurais de Ensino Fundamental possuem bibliotecas (são 48,2%, nas urbanas). A situação é ainda pior com os laboratórios de Ciências, presentes em apenas 0,7% das escolas rurais. Não há energia elétrica em 29% das escolas e faltam instalações de esgoto em 15%.
Nenhum comentário:
Postar um comentário