1.1. POLÍTICA: ORIGEM E
SIGNIFICADOS
A palavra política tem origem
nos tempos em que os gregos estavam organizados em Cidades-Estado chamadas
“pólis”, nome do qual se derivaram palavras como “politiké” (política em geral)
e “politikós” (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que estenderam-se ao
latim “politicus” e chegaram as línguas européias modernas através do francês
“politique” que, em 1265 já era definida nesse idioma como “ciência do governo do Estado”.
O termo política é derivado do
grego antigo πoλτєіa (politéia), que indicava todos os procedimentos relativos
à pólis ou Cidade-Estado. Por extensão, poderia significar tanto Cidade-Estado
quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à
vida urbana.
O termo política, que se
expandiu graças à influência de Aristóteles, para este filósofo, política
significava funções e divisão do Estado e as várias formas de governo, com a
significação mais comum de arte ou ciência do Governo; desde a origem ocorreu
uma transposição de significado das qualificadas como político, para a forma de
saber mais ou menos organizado sobre esse mesmo conjunto de coisas.
Na época moderna, o termo
política perdeu seu significado original, substituído pouco a pouco por outras
expressões como ciência do Estado, doutrina do Estado, ciência política,
filosofia política, passando a ser comumente usado para indicar a atividade ou
conjunto de atividades que, de alguma maneira, têm como termo de referência a
pólis, ou seja, o Estado.
1.2. CIÊNCIA POLÍTICA: ESTUDO
DO PODER E DO ESTADO
O termo “Ciência Política” foi
cunhado em 1880 por Herbert Baxter Adams, professor de história da Universidade
Johns Hopkins. A Ciência Política é o estudo da política – dos sistemas
políticos, das organizações políticas e dos processos políticos. Envolve o
estudo da estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos processos de governo –
ou qualquer sistema equivalente de organização humana que tente assegurar
segurança, justiça e direitos civis.
Política é ciência, porque
estuda o comportamento humano e assim se torna possível estabelecer
cientificamente algumas regras sobre a vida humana em sociedade e sobre como os
seres humanos deveriam reagir em cada situação.
Os cientistas políticos
estudam as instituições governamentais ou não governamentais (ONGs) como
corporações (ou empresas), uniões (ou sindicatos, associações), igrejas, ou
outras organizações cujas estruturas e processos de ação se aproximem de um
governo, como partidos políticos em complexidade e interconexão.
Em uma concepção ampla,
política é o estudo do poder, por que a tomada de decisões de interesses da
coletividade (comum) é sempre um ato de poder. Nesta concepção consideram-se as
relações de dominação seja através da política, da economia ou da ideologia,
como relações de dominação de uma pessoa sobre a outra.
Na concepção restrita,
política é ciência do Estado, por que atualmente a capacidade de tomar
decisões, de interesse de toda a sociedade está nas mãos do Estado ou depende
dele.
1.3. OS TIPOS DE PODER
O elemento especifico do poder
político pode ser obtido das várias formas de poder, buscadas nos meios de que
se serve o sujeito ativo da relação para determinar o comportamento do sujeito
passivo. Assim, podemos distinguir três grandes classes de um conceito
amplíssimo de poder:
Poder Econômico – é o que se
vale da posse de certos bens, necessários ou considerados como tais, numa
situação de necessidade, para controlar aqueles que não os possuem. Quem possui
abundância de bens é capaz de determinar o comportamento de quem não os tem
pela promessa e concessão de vantagens.
Poder Ideológico – este se
refere na influencia que as idéias da pessoa investida de autoridade exercem
sobre a conduta dos demais: deste tipo de conhecimento nasce a importância
social daqueles que sabem, quer os sacerdotes das sociedade arcaicas, quer os
intelectuais ou cientistas das sociedade evoluídas. É por estes, pelos valores
que difundem ou pelos conhecimentos que comunicam que ocorre a socialização
necessária à coesão e integração do grupo.
Poder Político – este se
baseia na posse dos instrumentos (institucionais) com os quais se exerce a
autoridade legal do uso da força. A possibilidade de recorrer à força distingue
o poder político das outras formas de poder. A característica mais notável é
que o poder político detém a exclusividade do uso da força em relação à
totalidade dos grupos sob sua influência.
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